August 9, 2018
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https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/08/08/energia-eletrica-pesa-no-bolso-dos-brasileiros-e-impacta-inflacao-e-o-ipca-acumulado.ghtml
A inflação de julho, divulgada nesta quarta-feira (8) pelo IBGE, foi menor que a do mês passado, que tinha sido muito pressionada pela greve dos caminhoneiros. Mas a tarifa da energia elétrica…
Diminuir o consumo de luz é uma das saídas para não ter que viver no breu. Mas também não está fácil pagar para iluminar a nossa vida. A energia elétrica tem pesado tanto no orçamento que esse foi o item que mais impactou o índice da inflação de julho, que foi de 0,33%. E também foi o que mais influenciou no IPCA acumulado de 2018.
Sem chuva suficiente nos reservatórios das hidrelétricas, as contas chegam com a bandeira vermelha, sinal de cobrança de R$ 0,05 a mais por quilowatt-hora consumido. É o brasileiro bancando o custo das termelétricas, que são mais caras.
Além disso, algumas regiões tiveram reajustes recentes: Porto Alegre, Brasília, Curitiba, São Paulo e Belém. E foi na capital do Pará que dona Lucinelde perdeu a esperança de aumentar a renda. Comprou três freezers para vender gelo, mas não está conseguindo pagar a conta de luz, que já passa dos R$ 400: “Tive que vender um freezer para pagar a primeira conta e agora não sei o que que eu vou fazer para poder pagar a segunda conta. Não sei mesmo”.
No Rio, a concessionária ainda não reajustou, mas a quantidade de geladeiras na loja de carnes do André tem feito crescer os números da conta todo mês. Foi de R$ 5.700 em março para quase R$ 8 mil em agosto. “A gente não tem para onde ir. Como eu vou fazer? Desligar uma geladeira minha? Ai a gente perde a receita, né?”, questiona o empresário.
O que o André faz é o que todo brasileiro está tentando em casa ou no comércio para diminuir a conta de luz. Como não pode desligar as geladeiras, ele aposentou um dos dois aparelhos de ar-condicionado da loja. Mas a economia não consegue acompanhar a alta das tarifas.
“A bandeira vermelha tão cedo não vai acabar. A princípio vai até o final de 2018, que é o início das chuvas, do regime úmido. E, se chover, ela sai e vem para a amarela ou para a verde, que aí você não paga”, explica Renato Queiroz, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Até lá, o melhor é seguir os cuidados simples da goiana Marilene: ela apaga a luz quando sai do quarto e toma banho frio. Mesmo assim, a conta já vem, em média, R$ 220 todo mês, e ela não se conforma: “Se não pagar, eles cortam. Eu acho um absurdo, um tapa na cara de todos nós”.